História
UMA HISTÓRIA DE LUTA E MUITA GARRA
03 de Março de 1990 fundava-se o Sindicato dos Trabalhadores nas Industria de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Goioerê e Região – PR, Juarez Paulo da Silva, foi o maior responsável por isso, ele lutou muito para se fazer realizar o nosso sindicato.
Sr.ª Júlia Pereira da Silva, 47, casada, mãe, e guerreira, trabalhou por mais de 7 anos na (FIAÇÃO DE ALGODÃO) Coagel, na função de Operadora de Massaroqueira. Lutando sempre por seus ideais, ganhou a admiração, o respeito e a confiança de todos os seus colegas de trabalho. Logo foi escolhida para representar os trabalhadores na condição de vice-presidente do Sindicato. Depois de um ano de trabalho em defesa dos interesses e direitos da categoria, assumiu o desafio de presidir a entidade, depois da renúncia do então Presidente, Gilson Almeida Pinto. Isto em abril de 1991.
Em 1995 o Sindicato filiou-se a FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NAS INDUSTRIAS DO ESTADO PARANÁ (FETIEP), de onde rebemos muito apoio. Graças a esta ajuda, o Sindicato conseguiu se estabelecer como um instrumento da luta dos trabalhadores e das trabalhadoras do setor de fiação e tecelagem e vestuário. Desde então caminhamos juntos, porque é na nossa unidade que reside a nossa força.
Nesta caminhada tivemos também a contribuição de nossos companheiros do sindicato dos Bancários, através dos companheiros José Antonio Lima e Valter Reis. Contamos também com o companheiro José Cosmo dos Santos, que nos ajudou no processo de extenção da nossa base de representação em Campo Mourão. Nossos agradecimentos a todos estes companheiros.
“Eu tive que fazer um esforço enorme, ir à Brasília na luta para que o nosso sindicato fosse reconhecido pelo Ministério do Trabalho. Mas nossa luta não foi
em vão. Nossa Carta Sindical foi publicada no dia 29 de Setembro no ano 1990, quando foi estabelecida a legalidade de nossa entidade” – disse Julia.
“Estou há muitos anos na direção deste sindicato, e, nossa luta para melhorar as condições de vida e de trabalho de nossa classe é sempre difícil dado que temos que enfrentar inúmeros desafios, dentre eles o de construir uma estrutura que possa cada vez mais, melhorar o atendimento de nossos associados. Mesmo considerando que nossa região conta com muitas empresas do setor têxtil, gerando milhares de empregos, a nossa arrecadação ainda é muito pequena. Temos o entendimento que são os trabalhadores e as trabalhadoras que devem contribuir para fortalecer seu sindicato, porque ele é uma trincheira na defesa de seus interesses. Estabelecemos uma taxa de contribuição dos associados que não passa de 1% do salário de cada trabalhador, e esta arrecadação não cobre as despesas que temos com a entidade, necessárias para resolver os seus problemas. Nossa responsabilidade é enorme, porque temos que enfrentar todos os dias, os reclamos de nossa categoria e lutar contra a precarização enorme do trabalho nas facções. Por melhores condições de trabalho nas empresas, por melhores salários e pela garantia dos direitos de nossos associados. Todos os anos nós procuramos negociar nossos Acordos Coletivos de modo possamos repor nossas perdas salariais e obter sempre um aumento real para nossos salários, que são a garantia de uma vida melhor para as nossas famílias”.
Nesta dura jornada, a companheira Julia, afirmam que teve de enfrentar muitas dificuldades, os preconceitos contra as mulheres, os preconceitos de raça, que lutamos para acabar de uma vez por todas. Não foi fácil afirmar-se como mulher e mãe, e ainda por cima por ser negra e sindicalista. “Mas a luta contra todas as formas de discriminação, contra o assédio moral no trabalho, contra os preconceitos é que me deu força, foi aí que me motivei e aceitei o desafio para mostrar que, tinha condições de dirigir o Sindicato independente de minha condição de mulher” – disse Júlia. E conseguiu, pois hoje o sindicato é uma realidade e as trabalhadoras e trabalhadores, que são a razão de ser da nossa luta, reconhecem o papel do sindicato como um verdadeiro instrumento de suas lutas.
Em 13 de setembro de 2003, o Presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Paraná, Luiz Ary Gin, deu uma importante contribuição para o fortalecimento de nosso sindicato. Cedeu a base da Federação e ampliou a nossa representação para outros municípios. Assim passamos a atender os trabalhadores de toda a região, que não possuíam sindicato para representá-los. Uma enorme conquista para toda a categoria.
Com a ampliação da base o Sindicato passa a atuar em 151 municípios, representando os empregados dos setores de fiação, tecelagem, tinturaria, estamparia, calçado, couro, vestuário e demais segmentos têxteis, transformando-se assim num dos mais importantes do Paraná.
Os Desafios de Hoje
Um dos mais importantes desafios que enfrentamos é a precarização do trabalho, é a ausência do cumprimento das leis trabalhistas, é este cancro que chamamos de informalidade do trabalho. Não é possível conceber que um trabalhador ou uma trabalhadora, trabalhe sem carteira assinada, em instalações completamente insalubres, fazendo jornadas estafantes e sem direitos trabalhistas. Temos que travar um duro combate às péssimas condições de trabalho existentes nas facções, que não pagam os direitos, sonegam os impostos, não pagam a contribuição sindical, abrem e fecham ao bel prazer de seus donos sem responsabilidade nenhuma. Vivem da exploração desumana do trabalho das mulheres, dos homens e até das crianças de nossa região.
Outro desafio importante reside numa luta maior que travamos para ampliar as conquistas de toda a classe. Aí precisamos da unidade maior, da federação, de nossa Central Sindical, a CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. São os desafios que necessitam de mudança nas leis. Queremos a redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários, para que possamos ter mais tempo para a nossa formação e a nossa família. Queremos o fim do Fator Previdenciário que limita os valores de nossa aposentadoria. Queremos o fim do assédio moral e sexual no trabalho. Creches públicas em maior quantidade. Serviços decentes de saúde e qualidade na educação. Tudo isso depende de nossa união e de nossa luta.
Precisamos melhorar nosso ambiente de trabalho, combater as doenças ocupacionais, LER/DORT. Ampliar a qualificação de nossos trabalhadores. Enfim são muitos os nossos desafios.
Gostaria de agradecer a todos e todas, a nossa diretoria, que estão sempre juntos na luta, sempre, em defesa dos interesses e dos direitos de nossa categoria. Agradeço de coração a todos e todas!
“Sou filha, esposa, mãe, tia, amiga e acima de tudo mulher e muito feliz, graças a Deus. E aos que um dia fizeram alguma coisa para me prejudicar, acabaram por me ajudar, pois valeu a minha luta, e deu razão para o meu sucesso. Acreditem, DEUS sempre esta ao meu lado.”
Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos ser, mas graças a DEUS, não somos o que éramos, contem sempre comigo! Um Abraço bem fraterno a todos e todas! Júlia.
Viva os 23 anos de nossa entidade!
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